A análise do presente e a antecipação do que poderá vir a ser o futuro no âmbito do mercado de emprego, no quadro do contexto europeu em que Portugal se encontra integrado, sugere um desiquilíbrio entre a procura e a oferta de emprego, deixando o desemprego de ser um fenómeno de natureza conjuntural para assumir uma natureza estrutural.

Num contexto de um quadro de desemprego estrutural, é bem possível que se tenha de re-conceber e de re-ajustar os objectivos, conteúdos e organização dos cursos de formação profissional. Os referenciais tradicionais para determinar os perfis de saída da formação permanecerão, mas, diferentemente enquadrados pelas funções e áreas profissionais, pelos sistemas de trabalho, pelos contextos empresariais, tecnológicos e socio-profissionais.

Caso a tendência de desemprego estrutural se verifique, será necessário proceder ao desenvolvimento e formulação de novas metodologias de intervenção, ou reajustamento das existentes, nomeadamente, no que se refere: à Análise de Trabalho, prévia à ebaboração dos programas de formação; à construção dos Perfis Profissionais, como referências indispensáveis para a regulação da oferta de formação e para a certificação profissional; à construção de novos Curricula de Formação, e à concepção e realização da Formação dos Formadores.